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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Purificação

A janela aberta, cortinas esvoaçantes
Vagamente adormecida e desabitada
Desperto unicamente para mim
Coração em descompasso dá espaços
Outra noite, mais um sábado no meu quarto
Paredes e camas, lençóis em desalinho
O desejo do meu peito, sufoco do abandono
Cega meu olhar expurga da minha alma
Um tempo...minutos de vazio e solidão
Tormentas ante a noite tão sem fim
Outra que te rouba o corpo
Outra que te fere e magoa
Outra que bebeu teu gosto
Outra que deixas entrar onde eu não posso
Que te marca e arranha te come e cospe
Te esmaga no peso do corpo nu
Um tempo, um segundo para mim
Superação desta violação infame
Me purifico até cansares de te enganar.

Rose Mary Sadalla

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