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sábado, 17 de dezembro de 2011

Da taça, um trago

De Bandeira herdei o "não pude"
De Mário aquela dor-felicidade
De Murilo certo misticismo
De Cabral o sertão quase rude
De Drummond a simples conclusão:
"O poeta ressentido e o mais: nuvens"
Ah, meus poetas, quantas mensagens!
Ditam tantos desses seus cantares
Que fazem de nossas esparsas vidas
simples gotas em seus imensos mares.
Que bom o poder de dar voz aos sapos
Que bom o ser sempre arlequinal
Que bom ter uma vida severina
Quando numa vivência interina
Ser gauche sendo poeta, não é mal.
Ah, quanto bebo de vocês, Poetas!
Quanto saber, quanta filosofia!
Há muitas vidas que não valem
Um só verso; uma só poesia.
Desconfio que também fiz um poema
"Eu não disse que, de novo, me enganei?"

Regina Souza Vieira

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