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domingo, 2 de fevereiro de 2014

O nosso mundo de cada dia!

Quem me conhece, sabe que não abro mão de meus princípios e valorizo cada vez mais, a coerência entre discurso e prática. Se eu me comprometo a alguma coisa, nem que me rale toda, eu vou cumprir – eu não poderia fazer parte do jogo político-partidário de jeito nenhum... sou assim, fazer o quê?
Precisamos exalar boas energias para que elas reverberem no outro e voltem até nós.
Provoca-me ojeriza pessoas que criticam negativamente tudo o que não está de acordo com o seu pensamento, a intolerância com a diversidade sempre irá trazer desgostos e causar injustiças. Cadê a capacidade de tentar enxergar o argumento do outro e olhar o mundo de forma menos combativa e mais leve, com humor?
Como exemplo, cito muitas pessoas com o rótulo de ‘politicamente corretas’  e que insistem em falar mal da Rede Globo mas continuam a assistir aos seus programas... já pensaram que é possível trocar de canal (ainda que não se tenha TV por assinatura, que é cara e em grande parte é controlada pela Globo também) ou simplesmente desligar a televisão e ir fazer outra coisa? Assistir ao BBB para quê, senão te acrescenta nada e ainda retrata um monte de gente mental e moralmente prejudicada fazendo bobagens?
Quer saber das notícias do Brasil e do mundo? Existem outras opções além do Jornal Nacional – conservador, reacionário e tudo de ruim...
As informações repassadas – por qualquer pessoa ou instituição – sempre serão tendenciosas e parciais, visto que são transmitidas recheadas dos valores e preconceitos que o transmissor carrega em sua personalidade.
As redes sociais deveriam servir como um espaço de reunião de amigos e familiares, de conhecimento, de diversão e não como um muro de lamentações e ofensas desnecessárias – as pessoas não precisam de mau-humor e queixumes generalizados para serem felizes. Acredito que existem outros espaços políticos reais que servem para defender as causas que consideramos necessárias; está certo que dá trabalho sair do conforto do lar e falar ‘face to face’ sobre o que se acredita.
Enfrentar a realidade é mais difícil e a vida é dura, mas nunca foi dito que ela era fácil, eu não entendo porque é preciso carregá-la de tanta energia negativa e pensamentos destrutivos.

Eu ainda sonho com um mundo mais igualitário e sei que não irei vê-lo nesta passagem por aqui mas, enquanto nos mantermos ocupados criticando tudo e todos e esquecermos de cuidar das nossas pequenas ações do dia-a-dia, ele continuará sendo somente uma utopia distante.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Entre cordeiros e lobos, o que nos resta?

Há tempos, ouço relatos de profissionais e usuários dos serviços de saúde – pública ou privada – sobre experiências vividas durante o processo de acompanhamento ou monitoramento da saúde. Enquanto profissional de saúde e paciente, fico estarrecida com os descalabros cometidos por àquelas e àqueles que escolheram o cuidado com o bem-estar físico e mental do ser humano como profissão.
Se, por um lado, existem profissionais que se empenham em solucionar as demandas trazidas pelos pacientes, de uma forma ampla (eu me considerava uma delas)  por outro, grande parte daqueles que prestam atendimento à população, estão mais preocupados em ‘se livrar’ dos problemas o mais rapidamente possível: escutar aquela pessoa fragilizada que está à nossa frente, dá muito trabalho e provoca sensações internas que podem trazer desconforto; melhor passar o caso adiante e deixar que o paciente elabore sozinho (com as ferramentas que não tem, na maioria das vezes) o seu sofrimento...
Mesmo na área da saúde, o trabalho é visto somente como uma forma de trazer o ‘sustento para casa’ e, é feito com qualidade e dedicação, somente por aquelas e aqueles que têm a chamada vocação para o cuidado. Assim como político é representação e não profissão, profissional de saúde precisa ter devoção ao trabalho – a remuneração é necessária (nem sempre justa), mas não deve ser o principal fator motivador.
Ao longo dos meus quase 50 anos, tive o privilégio de conhecer excelentes profissionais que se dedicam integralmente aos pacientes, mas também tive o desprazer de vivenciar situações pelas quais ninguém precisa passar. O julgamento moral, o descaso, o ar de superioridade são feridas abertas desnecessariamente quando se atravessa um momento delicado de vida e a saúde está fragilizada, onde tudo o que se precisa é de acolhimento, atenção e cuidado.
Em outra perspectiva, me recordo de uma amiga que sempre citava a importância de ‘cuidar do cuidador’; o trabalhador em saúde é maltratado pelo sistema que deixa de oferecer condições estruturais para um atendimento digno e oferece uma baixa remuneração, o que leva muitos trabalhadores a terem vários empregos para adquirir alguma saúde financeira em detrimento da sua própria saúde física e mental. E isso acaba por refletir, no atendimento prestado, seja no posto de saúde ou no consultório particular.
Alguns pacientes, revoltados com o sistema que prioriza o capital, dirigem sua indignação àquela ou àquele que está ao seu serviço e, enquanto pessoa, também sofre as conseqüências do desmantelamento do Estado.
As relações entre profissionais de saúde e pacientes, precisa ser dialética, com cada um dos atores desempenhando o seu melhor papel na busca da qualidade de vida de todas e todos.

As pessoas merecem ser tratadas como tratam as demais, o que fazemos aos outros reflete em nós e essa premissa deveria estar em nossa consciência, independente de credo, guiando as nossas ações.

sábado, 28 de setembro de 2013

Eu, 4.5

Brincando de modelo.
Meu anjo favorito, sugeriu que eu postasse as fotos que fiz para marcar a estreia da nova idade.
Primeira vez,. a gente nunca esquece!!!













Devaneios

Na parada, aguardo o ônibus
Observo as pessoas que circulam ao meu redor
Fantasio os seus desatinos e destinos.
Em um momento de distração,
desviado o foco da minha atenção,

deixo o ônibus passar.

Outra vez preterida no concurso de Poemas no ônibus....
Vou persistir mais :)


Torre de névoa

Subi ao alto, à minha torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia.

Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: - (Que fantasia,

Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!... )

Calaram-se os poetas, tristemente...
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu !...



Florbela Espanca

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver. 

Cora Coralina 

Sob o signo da inquietação

O susto em nós foi avançar 
muito para dentro do proibido.
Muito para perto de uma zona perigosa
A boca da noite... o desconhecido...
Vagos caminhos de uma via nebulosa.

Vários conceitos para falar da mesma coisa
O susto em nós foi descobrir porteiras
de territórios nunca antes percorridos
No fundo de todos nós um visitante
No fundo, a falta de sentido...

Visitantes de nós mesmos cometíamos
a imprudência de quase enlouquecer
Para chegar à compreensão.
E uma coisa afiada nos conduzia
através da trilha da poesia
e do difícil trajeto da paixão....



Bruna Lombardi