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domingo, 11 de dezembro de 2011

Andanças

Se me perguntasses por onde tenho andado
teria que te falar dos corredores negros e úmidos
pelos quais caminho quando a noite cai.
Teria que te falar dos medos que tenho galgado
na busca desesperada daquilo que sou
(e também do que fui...).
Sim, querido, o caminho tem sido árido.
E se me perguntasses o que tenho feito
só te diria que tenho caminhado.
Talvez, quando chegares,
eu já possa te trazer à minha casa
e te mostrar as violetas que florescem
feito um sinal
nesse jardim cuidadosamente regado.
E então, coração, verás
que tuas palavras foram dádivas, e não consolo,
para as tristes histórias que em tuas mãos depositei.
E terás, feito fruto,
a partilha do caminho,
o gozo dos prazeres,
e o lar do meu abraço
desprovido de segredos e de provas de amor.
Beatriz Tavares

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