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sábado, 4 de agosto de 2012

Por quanto seja

Por quanto seja
Pela memória guardada,
trancada em baú
do qual esqueci a chave.

Pela cerimônia das palavras,
refeitas, revistas, apagadas,
em nome do que parece ser certo.

Pelo pulsar escondido,
do peito, dos desejos, dos afetos
à espera de melhor momento.

Pela chama invisível
de todos os medos terrenos
prontos a eclodir em mim.

Pelo que sou, sem saber,
oculto a meus olhos e meu juízo
num equilíbrio instável.

Pelo sonho de fato sonhado
que a vida não soube reproduzir
e a espera fez enfraquecer.

Pelo destino ainda por cumprir,
não desvendado, não compreendido,
perdido na incerteza do dia-a-dia.

Por tudo quanto seja e quanto venha,
que esteja guardado, talhado para mim,
busco as forças de estar viva,
a serenidade, mesmo que intermitente,
busco todas as certezas de meu coração,
todo o raio de luz que amanhece,
e entrego-me à tarefa de fazer
do amanhã um novo (e bonito) dia!

Carla Marisa Pereira 

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