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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Retratos


Retratam-se figuras, rostos, gravuras.
O pôr-do-sol e até mesmo as manhãs escuras.
Retratam-se momentos de dor ou de muita ternura.
Gravam-se vozes, gestos, olhares e acontecimentos.
E todos estes ficam no anonimato do esquecimento.
Mas retratam-se para um dia vir à tona uma alegria,
ou até mesmo um descontentamento.
Na chegada dos nossos dias, são tantas as nostalgias.
Das horas e horas festivas nas quais tu existias.
Do bom tempo da idade da razão,
Onde o dono de tudo era tão somente o coração.
Te conheci, te retratei, te amei e te perdi
Mas de lá para cá, jamais te esqueci.
Guardei-te como um retrato muito especial.
E confesso que até hoje não amei outro igual.
Quando depois das lágrimas acordei,
Cansada do desfalecimento pensei:
Ah! Um dia... jamais te esquecerei.
Se soubesse do bem que te quis,
De como quis te fazer feliz.
De como sofri quando te perdi.
E do tanto que por você já morri.
Se pudesses ver dentro de mim,
Sei até que para um sofrimento sem fim.
A coletânea, para lembrar que te amei.
A inesquecível forma de tê-lo comigo.
Às vezes sendo até como um castigo.
Um dia te olhei, te conheci,
e a partir daí nasci.
Te roubei em retratos que jamais devolvi.
E hoje tenho guardado comigo,
a imagem de um amor antigo.
Que mesmo passado o tempo,
sempre te encontro no meu encantamento.

Sandra Aparecida Gama

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