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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fugindo aos padrões

Sou uma mulher com mais de 40 anos, que mora sozinha e optou por não ter filhos.
Como tudo na vida, isso tem um ônus.
Por um curto período, morei com um companheiro mas, a convivência diária, destrói qualquer relacionamento que não tenha bases muito sólidas. E eu, não aprendi a construí-las. Atualmente, não abro mão de morar sozinha, também estou muito acostumada com as minhas manias e seria difícil ter que me desfazer delas – o meu desapego se restringe às coisas materiais.
A sociedade de um modo geral, não entende como uma mulher pode não querer ser mãe: nasceu pra quê, então?
Já relatei aqui que desde muito jovem aprendi a ser independente e não preciso de um homem que resolva os meus problemas domésticos – eles são tantos e tão chatos, mas se você pode contratar um profissional para executar o serviço somente com um custo financeiro, muito melhor e menos estressante (e você ainda pode reclamar que está mal feito, pedir pra fazer de novo e não precisa ficar agüentando as crises de mau-humor posteriores)
Semanas atrás, recebi uma mensagem de uma irmã que nem sei onde mora, imaginem o tamanho do nosso vínculo, me ‘jogando na cara’ que a filha dela – minha sobrinha, não tem 30 anos e “já teve seu filho, plantou árvore e agora escreveu um livro infantil”, as entrelinhas ficaram muitas claras, nem me dei ao trabalho de responder...
Criar um filho, envolve uma imensa responsabilidade – sem considerar os aspectos financeiros – eu nunca me senti apta a formar um novo ser humano (sou rotulada de covarde e egoísta por isso, tudo bem) e o mundo em que vivemos já está cheio demais de pessoas que nasceram ‘por acaso’; a capacidade física e energética do planeta está se esgotando, dentro em breve, não haverá comida, água potável ou espaço para as futuras gerações habitarem.
Defender a ecologia tornou-se um discurso politicamente correto há muito pouco tempo e ainda não foi apreendida pelas civilizações, o consumismo exacerbado, imposto pelo capitalismo e pela globalização, faz com que a quantidade de resíduos seja cada vez maior e não há o reaproveitamento dos materiais. A filosofia dos 3 ‘erres’ não combina com a política governamental ou midiática e por isso, é defendida por uma meia dúzia de gatos pingados vanguardistas, que são taxados de loucos ‘sem noção’.
Não sou a favor de levar uma vida franciscana – nem oito, nem oitenta – mas não entendo porque é necessário acumular bens que você não necessita, comprar roupas e calçados a cada estação (se você já tem um armário cheio deles) e ter, de forma egoísta, um meio de locomoção particular, para congestionar as ruas e poluir ainda mais o planeta.
A sociedade, e os governantes que nos representam e fazem parte dela, deveriam deixar de ser hipócritas e abraçar causas coletivas, que trouxessem melhorias na qualidade de vida de todas e todos.
Como uma gota de água no oceano, tenho tentando fazer a minha parte.

2 comentários:

  1. è dificíl ter personalidade ,é dificil não se render aos padrões e ter uma vida autentica! fazer escolhas é dificíl e quando as fazemos uitos não entendem ! Mas como as escolhas são nossas e desde que não prejudiquem ninguém os outros que se danem.. sem perdão da expressão!
    Quanto aos parentes..... Cada vez mais me convenço que ter o mesmo sangue não implica em parentesco, não somos obrigads a gostar de alguém por que é da familia! Eu por sorte amo meus irmãos e pais! Mas tem muitos pretensos parentes que tentam exigir,cobrar um afeto que não existe e estes simplesmente ignoro!

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  2. Sou a favor de cada um ser dono do seu destino, ter sua opinião desde de que não interfiram na vida dos outros respeitando isso penso que se deve desejar o melhor p próximo e ignorar os falsos moralismos de pessoas hipócritas

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